Evento da Defesa Civil Estadual capacita coordenadores municipais para ação rápida em caso de emergência climática
Sergipe deve ter chuvas acima da média com alerta de eventos climáticos extremos nos próximos dois meses
5 de maio de 2022 | 12:21
Um dia para pensar em prevenção de desastres e autonomia para atuar em situações extremas, o Seminário da Mitigação aos Efeitos das Chuvas 2022 foi planejado com esse objetivo pelo Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil (Depec) do Governo de Sergipe. Na pauta, a previsão climática para os próximos três meses e o treinamento para que os gestores das Defesas Civis municipais do estado se capacitem para agir em momentos de crise, causados pelas chuvas características do fim do outono e começo do inverno e possam atender ao chamado. O tema atraiu representantes das defesas civis de todo estado e o evento estava lotado.
O secretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), Ubirajara Barreto, fez a abertura, recepcionou os coordenadores das defesas civis dos 75 municípios e falou da importância de ter independência em situações extremas. “Nossa intenção, com esse evento de hoje, é aprofundar a interação, a interligação da Defesa Civil Estadual com as Defesas Civis municipais. O nosso intuito é que os municípios tenham independência, conhecimento e expertise para gerenciar as suas próprias crises. Os municípios precisam andar com as próprias pernas e para isso nós, do Governo do Estado, daremos toda orientação. Esse seminário é o primeiro passo para autonomia, mas com a certeza que nós, da gestão estadual, sempre continuaremos olhando as características e as necessidades de cada município e região”, explanou.
O meteorologista responsável pela Sala de Clima da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (Serhma), Overland Amaral, trouxe um apanhado de como será o clima em Sergipe nos próximos três meses. Segundo ele a previsão é de chuva acima da média e alerta de eventos extremos com chuvas torrenciais, graças ao fenômeno conhecido como “La Niña”. “Desde o Recôncavo baiano, passando pelos estados de Sergipe e Alagoas, até o Sul e Norte de Pernambuco, a condição é de chuvas de normal à acima da média para o período de maio, junho e julho de 2022. E alertando que, com as condições desse sistema, poderemos ter chuvas torrenciais, instantâneas e momentâneas para o período agora do mês de maio e junho, por isso mesmo, temos a obrigação de estar monitorando e passando para vocês possíveis eventos extremos durante os próximos sessenta dias, que é o que mais chove”, alertou.
O Diretor do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Luciano Queiroz, salientou a importância de tratar deste tema de prevenção. “Quando está chegando a quadra chuvosa, a gente precisa preparar os agentes das Defesas Civis dos municípios para que esses possam dar as primeiras respostas para as situações emergenciais aqui no nosso estado. Primeiramente a gente prepara, faz a gestão de riscos antes que o desastre venha a ocorrer. Isso é importante para eles, caso algum evento climático saia do controle eles possam dar algumas respostas para mitigar os efeitos desses desastres relacionados às chuvas”, esclareceu.
O Secretário executivo da Defesa Civil de Pernambuco, tenente-coronel Leonardo Rodrigues dos Santos, falou com os participantes de forma remota da experiência do estado dele no planejamento da “Operação Inverno 2022”. Segundo ele, é de suma importância aliar o trabalho da Defesa Civil ao da ciência, com o uso contínuo de dados científicos trazidos pela meteorologia. “Devemos usar a tecnologia como nossa maior aliada, para que a gente possa planejar. Esse evento que a Defesa Civil de Sergipe está fazendo, nós já fizemos aqui em Pernambuco, com todos os municípios do estado e com todos os agentes municipais, mostrando como deve ser o planejamento, principalmente com a preparação do plano de contingência, levando em consideração o que ciência já alertou. A meteorologia disse que os meses de junho e julho serão de chuvas acima da média, então os órgãos municipais e estaduais precisam ter minimamente a sua estrutura montada”, frisou.
Durante o seminário o diretor ajunto da Defesa Civil de Sergipe, Alysson Carvalho, fez o lançamento do curso Operações de Gestão de Desastres, que será ministrado nos próximos meses em cada região sergipana, a fim de preparar os coordenadores municipais para dar as primeiras respostas em situações de crise. Segundo ele, preparar os coordenadores municipais para eventos adversos é garantir mais segurança para a população com a certeza de que os moradores da cidade sofrerão menos com a ação rápida dos órgãos públicos. “O curso garantirá aos coordenadores de cada localidade ensinamento dos primeiros atendimentos em desastres que venham a ocorrer em seus municípios, ensinando de forma bem simples as percepções de risco e o que fazer quando forem atingidos por intempéries da natureza e desastres e ensinando como trabalhar em equipe”, evidenciou.
Um ensinamento importante para quem estava como ouvinte atento às falas. O coordenador da Defesa Civil do município de Nossa Senhora da Glória, no Sertão de Sergipe, Lenaldo Leite dos Santos, avalia como necessário o evento que trata de prevenção. “A gente sofre com seca e nunca espera que isso um evento de enchente possa acontecer, por isso é muito importante esse seminário, para a gente adquirir conhecimento, aprendizado para poder enfrentar essas anormalidades, eventos extremos da natureza. O município de Nossa Senhora da Glória já vem fazendo as correções nas redes de esgoto e naqueles pontos críticos e áreas de risco”, ressalta.